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Como identificar um bom congresso acadêmico científico

Localização, bons expositores, diversidade de apresentações, boa reputação: afinal, qual o principal critério para qualificar um congresso acadêmico científico? Embora os critérios pareçam ser bem objetivos, tudo dependerá dos interesses particulares de cada pesquisador, visto que a maioria dos aspectos geralmente possui implicações positivas e negativas a depender do que se busca. A seguir, veja algumas dicas para saber que aspectos devem ser levados em consideração ao escolher um seminário ou palestra para participar.

1. Cuidado com a “armadilha” da localização

Não há nada de errado em utilizar congressos acadêmicos científicos para conhecer novos lugares, desde que este não seja seu principal critério de escolha sobre quais eventos irá comparecer. É preciso ter em mente também que a boa localização da sede do evento não necessariamente significa que o mesmo é de qualidade e que apresentará trabalhos relevantes relacionados aos seus interesses de pesquisa. Nem sempre um evento realizado num local mais sofisticado ou num grande centro urbano é bom (e alguns podem até usar a boa localização para distrair o público da baixa qualidade dos trabalhos apresentados); assim como nem sempre eventos em locais mais simples, de difícil acesso ou em cidades menores são necessariamente ruins. Por isso mesmo, pesquise sobre chamadas para congressos ou conferências (call for papers para eventos internacionais) em grupos de discussão e junto a colegas de departamento para calcular o custo benefício de cada um deles em relação a localização e qualidade do conteúdo acadêmico apresentado antes de montar sua agenda anual de eventos.

2. Mais ou menos?

Outro aspecto que deve ser levado para determinar a qualidade de um evento é a quantidade de pesquisadores que apresentarão trabalhos versus o tempo de apresentação dedicado a cada um deles. Eventos de periodicidade anual ou ainda mais longos que isso tendem a ter muitas apresentações e apresentações paralelas, o que fatalmente requer que você escolha inteligentemente as mesas que irá assistir. Ao mesmo tempo, eventos com maior número de apresentações oferecem menos tempo aos expositores para falarem sobre suas pesquisas, o que pode ser bom por um lado e ruim por outro: enquanto apresentações mais enxutas tendem a ser mais objetivas e claras, elas implicam também em menor tempo de interlocução com a plateia, diminuindo as chances de contribuições imediatas para seu trabalho. Já um congresso internacional costuma ter uma relevância maior devido ao maior impacto das pesquisas apresentadas, porém demanda maior esforço devido ao longo tempo de viagem. Ou seja: toda escolha tem dois lados, então é preciso dosar que evento lhe trará maiores benefícios a depender de seus interesses específicos.

3. Atenção ao uso eficiente da tecnologia

Há eventos de grande potencial quanto à qualidade das apresentações elencadas em seu cronograma que possuem parcos recursos tecnológicos, mas observar os recursos disponíveis pode ser bastante importante em determinadas ocasiões. Em eventos de grande porte, com muitas mesas paralelas e grande público, a tecnologia pode permitir que as mesas sejam acompanhadas de forma remota. Isso é particularmente útil em eventos nos quais há muitos conferencistas renomados e deseja-se aproveitar as apresentações ao máximo. Os recursos disponíveis também podem ser úteis na disponibilização de todos os trabalhos apresentados na íntegra através de meios digitais e na facilitação da resolução de problemas técnicos ou burocráticos que ocorram de modo inesperado.

4. As apresentações e carga de conteúdo não são tudo

Organizadores de eventos tendem a priorizar a quantidade de apresentações em detrimento da qualidade como uma espécie de chamariz baseado na diversidade de expositores. Isso não significa necessariamente que o congresso terá qualidade, mas apenas que será atribulada, e, a depender do rigor da organização, pode inclusive tornar-se caótica. Além disso, deve-se ter em mente que o tempo que se passa em um congresso acadêmico não deve ser dedicado apenas a assistir apresentações de trabalhos, visto que muitos contatos interessantes são feitos em momentos mais descontraídos, como em almoços e outros encontros mais casuais. Um dos maiores ganhos de ir a um seminário ou palestra são exatamente os novos contatos que podem ser feitos, por isso utilize estas oportunidades para conhecer novos pesquisadores e estabelecer novas parcerias.

5. Lembre-se das razões que o levarão a comparecer ao evento

Às vezes o ambiente do congresso acadêmico pode mostrar-se bastante descontraído e amigável, ou o local de sua realização pode ser bastante relaxante ou cheio de atividades de entretenimento, distraindo-o de seu foco principal: participar de uma conferência. Para não perder o foco em situações assim ou diante de distrações outras ou de pura falta de motivação, antes mesmo do início do evento saiba quais apresentações irá assistir e procure dar prioridade àquelas mais relevantes à sua área de pesquisa. Caso compareça a uma conferência com colegas de departamento ou pesquisadores que conheceu em outros congressos, informe-se com eles sobre as mesas e apresentações interessantes e procure circular em pequenos grupos para aumentar sua rede de contatos. E caso saiba de antemão que pesquisadores com os quais gostaria de fazer contato estarão no evento, crie estratégias para abordá-los, procurando informa-se sobre a pesquisa deles para formular questões pertinentes e ter um assunto em comum.

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