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Como lidar com perguntas em conferências

Não é segredo para ninguém que falar em público é um dos medos mais comuns entre as pessoas e isso inclusive explica o grande número de cursos que procuram desenvolver esta habilidade. No caso dos acadêmicos, além de falar em público é preciso desenvolver ainda uma outra habilidade que parece ainda mais assustadora: saber lidar com qualquer perguntas que sejam dirigidas a você após uma apresentação numa conferência. Para ajudar neste processo, escolhemos três tipos de perguntas estilo “pegadinha” que podem ser feitas a você numa conferência e listamos algumas dicas para driblar essas situações “saia justa” sem sobrecarregar os nervos.

Pergunta 1:

“Eu não tenho uma pergunta, só quero falar sobre meu próprio trabalho”

Nestes casos a pergunta costuma ser longa e “enrolada”, o objetivo não parece ser claro e às vezes a pessoa permanece falando por tanto tempo que o questionamento sequer possui a entonação de uma pergunta – ou já começa sem ser uma pergunta, apenas uma explicação sobre algo que não necessariamente se relaciona a seu trabalho. Ainda assim cabe a você ser atencioso e fazer o esforço de acompanhar a fala de seu interlocutor e tentar dar respostas aos questionamentos ou comentários. Para isso, uma boa dica é começar falando algo como: “Então deixe-me ver se entendi sua questão”, e em seguida pontuar dois ou três aspectos da fala de seu interlocutor tentando relacionar ao seu trabalho de algum modo. Essa atitude fará com que você demonstre que estava atento à questão e caso a pessoa queira replicar sua intervenção novamente isso a fará ser mais objetiva. De todo modo, nunca deixe de oferecer respostas, ainda que a pergunta fuja totalmente ao tema que você abordou em sua fala.

Pergunta 2:

“Eu acho que você está errado”

Esta é uma pergunta com a qual você pode se deparar em várias situações e diante de distintos interlocutores, seja numa conferência, banca de avaliação, entrevista ou até mesmo em conversas com seu orientador. Por essa razão, é preciso estar sempre preparado para encarar este tipo de abordagem sem que seus nervos sejam afetados e sem demonstrar insegurança sobre seu trabalho. A primeira dica para responder perguntas deste tipo é ter uma formulação padrão, visto que ela geralmente se refere ao ponto mais inovador e desafiador de sua pesquisa. Para além disso, sempre que disserem que você está equivocado em relação à sua pesquisa procure entender exatamente a que ponto do trabalho refere-se esta crítica (método, hipótese, conclusões, escolhas bibliográficas); verifique se a pessoa realmente entendeu o que foi dito; explique em que se baseiam suas escolhas e abordagem. Não se esqueça de sempre manter um tom sereno e de ser educado, mas seja enfático em sua argumentação para que sua fala seja a mais clara possível. Se a discordância persistir, agradeça pelo comentário, siga adiante e se disponibilize para responder maiores dúvidas em particular.

Pergunta 3:

A questão é tangencial ou não se refere a nada sobre seu trabalho

Isso geralmente tende a acontecer quando o interlocutor não entendeu direito o conteúdo de sua fala ou quando ele já possui ideias pré-concebidas sobre o tema abordado. Nestes casos procure oferecer respostas à questão desfazendo o possível mal-entendido ou puxando o fio que a liga de algum modo ao tema de sua fala. Caso seja algo muito distante do conteúdo de sua pesquisa, esclareça educadamente que a questão foge ao alcance do foco de seu trabalho e que por isso você não pode se alongar sobre o questionamento. Procure encontrar uma forma educada e breve de responder e seguir em frente, de modo que seu interlocutor não se sinta desprestigiado.

Lembre-se: Não se cobre em demasia. Tenha em mente que é normal ficar um pouco nervoso no momento de responder perguntas e não esqueça que, independente da pergunta, você é o especialista no tema de sua fala. Quanto mais prática você tiver nisso, mas natural esse tipo de experiência se tornará e você certamente desenvolverá técnicas pessoais para lidar com a parte de perguntas e respostas de uma conferência. Pesquisar sobre técnicas de entrevista também pode ajudá-lo a sentir-se mais preparado para este momento. De resto, procure tirar proveito do momento para ouvir pontos de vista diversificados que possam enriquecer sua pesquisa e também para fazer novos contatos.

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