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Informação dos experts: Dando os créditos devidos em publicações com vários autores

Artigos acadêmicos geralmente possuem diversos autores. Novas colaborações entre diversas disciplinas científicas e regiões geográficas levaram ao aumento do número de artigos com vários autores nos últimos anos, fazendo com que a atribuição devida do papel de colaborador um tópico de importância maior.

Quem fez o quê?

Existem diversas maneiras que um pesquisador pode contribuir para uma publicação científica, desde o design da mesma até a condução dos experimentos, análise dos dados ou redação do artigo. Tradicionalmente, o primeiro autor é aquele que contribui mais — e também que receberá o maior crédito. Entretanto, o papel dos outros autores nem sempre é muito bem definido.  Em muitas áreas de pesquisa, o último autor recebe tanto crédito quanto o primeiro, porque se assume que ele também esteve impulsionando a pesquisa. Entretanto, esta é apenas uma prática informal e esta assumpção nem sempre é verdadeira.

Atualmente, a sequência na qual o nome do autor aparece em um artigo pode ser decidida de várias maneiras, pela contribuição, por ordem alfabética, senioridade, ou outros critérios, dependendo do caso. Isto faz com que seja difícil para pessoas de fora da área interpretarem corretamente a lista de autores, tanto em termos das verdadeiras contribuições de cada ou para a avaliação futura de comitês avaliadores. Colegas, editores, instituições acadêmicas, e agências de fomento estão se tornando cada vez mais interessadas em ver os detalhes individuais de cada contribuição aos projetos de pesquisa. Ranquear o primeiro ou segundo autor em um artigo com dois autores é muito fácil, mas isto se torna cada vez mais complicado conforme o número de autores cresce. Quais são as soluções desenvolvidas para lidar com este problema?

Vejamos a opinião de alguns especialistas do setor.

Nossos Especialistas em “Dando os créditos devidos em publicações com vários autores”

stephanie

CRediT e OpenRIF são daus soluções para os problemas de ambiguidade autoral
Mestre em Ciências Cognitivas (Mais de 7 anos de experiência em Edição Científica, EUA)

Embora nós geralmente pensemos que o primeiro autor de um estudo é quem recebe a maior parte do crédito, o mesmo pode não ser verdade. Os outros autores listados podem ter contribuídos de maneira significa para aspectos específicos do projeto, mas o atual padrão para ranquear autores não possui uma maneira clara de expressar isto. No caso de uma publicação listar os autores em ordem alfabética, não haverá como saber ao olhar a lista de autores quem foi responsável pelo o quê.

A maioria dos leitores pode não se interessar qual pesquisador foi responsável pelo o que. Mas para alguém cujo o trabalho é avaliar o trabalho dos pesquisadores, pode ser difícil determinar exatamente quem contribuiu para o que.  Existem muitos casos nos quais é importante distinguir a contribuição de cada autor para o artigo. Se um autor está peticionando uma verba de fomento, bolsas, ou admissão a um programa de pós-graduação, ele precisará que seu trabalho se destaque perante os outros autores que contribuíram para o estudo.

Existem também casos nos quais o autor pode ser listado e que não contribui efetivamente para o artigo, o que pode levar a uma confusão maior ainda. Estes “autores convidados” pode emprestar sua credibilidade ao artigo, mas tudo isto torna mais confuso ainda de ser saber a atual contribuição de cada autor.

Para lidar com estes problemas, programas de computador têm sido desenvolvidos para trazer maior clareza a lista de autores. CRediT e OpenRIF são duas soluções criadas para lidar com este problema da ambiguidade autoral. O CRediT permite que as publicações usem uma lista descritiva da contribuição de cada autor e dá a conhecer o nome de todos os contribuidores, tenham eles sido listado ou não formalmente como autores. O OpenRIF também permite uma maior transparência para os autores ao classificar a informação sobre contribuições específicas para a pesquisa. Com ferramentas como CRediT e OpenRIF, está se tornando cada vez mais possível para pesquisadores receberem o decido crédito por seus trabalhos.

TimotiA autoria é algo valioso na vida acadêmica e os artigos com diversos autores fez crescer o valor desta moeda, levando ao aumento da pressão para se obter um maior número de autorias

Doutor em Oncologia (Mais de 12 anos de experiência em redação Médica e Científica, Austrália)

A autoria é como uma moeda para a carreira de um pesquisador e ela está sujeita a ser corrompida como qualquer outra moeda. Quando um pesquisador sênior recebe a autoria honorária ou uma contribuição significativa é excluída, então a lista no topo do artigo não diz muito sobre quem fez o que. A seção de contribuição dos autores pode facilitar a clareza neste aspecto, mas é algo tácito no meio científico que o primeiro e último autor são os maiores responsáveis pela pesquisa e quem merece o maior crédito.

Quando a ciência é considerada a prática colaborativa na qual grandes ideias são geradas por meio da comunicação e troca, receber crédito como autor é somente importante quando se busca assegurar verbas de financiamento para projetos de pesquisa. Com este fim, o fator H foi introduzido nos últimos 10 anos como forma de medir a produção de um autor, e tem sido calculado pelo número que uma publicação é citada, sem levar em conta a posição do nome do autor na lista de autores do artigo. Esta métrica encoraja o equilíbrio entre o número de publicações e o número de citações.  Para autores jovens com poucas publicações, um único artigo em uma publicação de alto impacto lhe conferirá respeito na comunidade científica, mas não irá melhorar seu fator H. Ao mesmo tempo, pesquisadores mais experientes com diversas publicações e estudos de baixo impacto não irão adquirir um notório fator H. Entretanto, um pesquisador como mais publicações que citações pode se aproveitar de uma melhora passiva do seu fator H conforme as citações se acumulam com o tempo. De qualquer maneira, a autoria é algo valioso na vida acadêmica e os artigos com diversos autores fez crescer o valor desta moeda, levando ao aumento da pressão para se obter um maior número de autorias. Melhorar a transparência no processo de atribuição de autoria pode ajudar a desencorajar a exploração do processo tradicional de ganho de posição em um artigo, ao mesmo tempo que mantem o critério altamente maleável.

Publicações com diversos autores também estão enfrentando outros dois grandes problemas: “autores fantasmas” e “autores convidados

Mestre em Tecnologia da Informação (Mais de 11 danos de experiência em Tradução Inglês-Japonês, Japão)

Dar ou não dar crédito? Esta é uma questão presente na vida de todo o pesquisador acadêmico hoje em dia. Artigos com múltiplos autores são cada vez mais comum hoje em dia. Diversos artigos possuem colaboração não somente entre cientistas da mesma área, mas também pode possuir outros cientistas de diversas áreas do conhecimento e locais do mundo contribuindo para o mesmo artigo.

Uma das primeiras coisas que os cientistas precisam olhar é quem fez o que. Existem diferentes maneiras de contribuir para um experimento e tipicamente a primeira pessoa listada no artigo é a pessoa que ou estava a cargo do experimento ou é a pessoa que contribui mais para o artigo. Porém existe uma grande zona cinza após o primeiro nome do artigo e diversas maneiras diferentes de listar colaboradores após o primeiro, algumas das maneiras podem ser feitas pelo tamanho da contribuição, ordem alfabética, ou senioridade, para listar alguns critérios. Quanto mais colaboradores, mais difícil se torna para listar devidamente todos os colaboradores.

Publicações com diversos autores também estão enfrentando outros dois grandes problemas: “autores fantasmas” e “autores convidados. Um “autor fantasma” é alguém que contribui para uma publicação, mas por alguma razão decide não receber o crédito. Isto pode acontecer por conta de um conflito de interesses ou por outra razão. Um “autor fantasma” é quase o exato oposto, sendo alguém que não contribuiu em nada para o artigo e é listada como um colaborador. Isto é feito frequentemente por novos pesquisadores por eles acreditarem que ao listar um pesquisador mais experiente oferece uma maior chance de eles terem seus trabalhos publicados em um título de maior impacto.

Embora este seja um grande problema enfrentado pelas publicações, existe um progresso sendo feito para enfrentar este assunto. Organizações como OpenRIF, ORCID, SHARE e outras estão tentando criar um sistema mais fácil para dar o devido crédito e tornar o processo mais simples e eficiente.

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