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Dicas sobre como identificar e evitar congressos predatórios

Qualquer acadêmico que tenha um endereço de e-mail com certeza já recebeu inúmeros convites para participar ou se apresentar em vários congressos. Embora tais congressos forneçam aos pesquisadores exposição e reconhecimento, eles nem sempre são organizados por organizações bem estabelecidas. Na maioria das vezes, esses convites são para  congressos predatórios.

O que são congressos predatórios?

Congressos predatórios são geralmente pequenos e com fins lucrativos. Além disso, eles exploram a necessidade acadêmica de reconhecimento ou audiência. Além disso, dados recentes mostram que os congressos predatórios já são mais comuns que os congressos legítimos. Ao contrário do que a maioria dos acadêmicos acredita, nem todos os congressos predatórios são pequenos, mal organizados ou feitos por organizações improvisadas. Para garantir lucros, geralmente eles têm uma organização decente. Um sinal revelador de um congresso predatório é que pesquisas de baixa qualidade costumam ser apresentadas ao lado de pesquisas de acadêmicos famosos. No entanto, também existem vários outros sinais.

Como funcionam os congressos predatórios?

Esses congressos geralmente obtêm dinheiro de pesquisadores e podem fazer parte de um conjunto de centenas de congressos organizados ao mesmo tempo. A BIT Life Sciences é um conhecido organizador de congressos predatórios e envia e-mails para acadêmicos de várias áreas de uma só vez. Essas empresas conseguiram enormes lucros com os orçamentos científicos e com as ambições cegas dos cientistas de apresentar os seus trabalhos. Esses congressos visam ganhar dinheiro daqueles dispostos a pagar pelas taxas do congresso e pelos custos da publicação de acesso aberto. Congressos predatórios são nada mais que eventos moderadamente bem organizados que prometem reconhecimento aos pesquisadores depois que eles pagarem uma alta taxa.

Como identificar congressos predatórios

Há várias maneiras de identificar congressos predatórios, e isso é importante para você como pesquisador e para outras pessoas no campo da publicação acadêmica.

  • O congresso está incluído numa lista de congressos predatórios conhecidos?
  • No entanto, não presuma que um congresso não é predatório se ele não aparecer na lista.
  • Alguma sociedade profissional ou outra organização bem estabelecida organizou esse congresso? Desconfie de organizações com nomes excessivamente genéricos e evite congressos extremamente grandes que combinem vários campos em um único congresso.
  • Existem várias opções para entrar em contato com os organizadores do congresso? A maioria das organizações legítimas não usa contas de e-mail gratuitas e nos EUA tem sites com endereços “.edu”.
  • Quanto tempo leva para a aceitação do artigo? A maioria dos congressos predatórios promete um tempo de processamento rápido para os trabalhos, para atraírem acadêmicos desavisados.
  • O congresso dá prêmios para pesquisadores e periódicos? Desconfie de congressos que prometem um grande número de recompensas.
  • Os organizadores do congresso prometem a publicação de artigos? A maioria dos congressos legítimos não garante a publicação.
  • Existe uma variedade geográfica em termos de conselho editorial? Se todos os editores vierem do mesmo lugar, isso pode ser um sinal de congresso predatório.
  • Os editores têm alguma informação acadêmica apresentada sobre eles mesmos?
  • Há evidências sugerindo que os membros do comitê de revisão ou os editores não são academicamente qualificados para conduzir o processo de revisão por pares?

Iniciativas contra congressos predatórios

Embora exista uma grande quantidade de congressos predatórios, também existem iniciativas que orientam os pesquisadores sobre como evitá-los. A Think.Check.Attend. é uma organização que ajuda pesquisadores e acadêmicos a decidir se o congresso é legítimo ou não. A Think.Check.Attend. dá orientações para ajudar os pesquisadores a identificar congressos predatórios.

Outras iniciativas são simplesmente listas de congressos predatórios. A lista mais conhecida desses congressos foi publicada por Jeffrey Beall. Ele é um bibliotecário e pesquisador da Universidade do Colorado que é especialista em identificar congressos predatórios e gastou inúmeras horas e muito esforço para criar uma lista detalhada deles. Esses congressos são especialmente bons em atrair pesquisadores em início de carreira.

Impacto na comunidade acadêmica

O impacto dos congressos predatórios na comunidade acadêmica é tremendo. Além das mentiras, o maior problema com congressos e revistas falsos é que há uma completa falta de supervisão e um controle de qualidade ruim. A maioria das organizações predatórias também não realiza avaliações entre pares. O que é ainda pior é que eles não rejeitam estudos abaixo do padrão. Ao encherem o meio acadêmico de revistas falsas, esses congressos predatórios dificultam a busca de pesquisas legítimas.

Os congressos predatórios também desperdiçam tempo e dinheiro dos pesquisadores realizando congressos em partes remotas do mundo. Além disso, esses congressos vivem às custas de pesquisadores iniciantes, especialmente de países em desenvolvimento. Esses congressos não apenas se aproveitam de jovens pesquisadores, como também dificultam discernir as boas pesquisas das ruins.

Portanto, os pesquisadores devem evitar congressos predatórios a todo custo. No entanto, muitos pesquisadores caem, vítimas de seus slogans e dos pacotes atraentes que oferecem. Em alguns casos, até pesquisadores experientes já foram vítimas desses congressos.

E você, já foi vítima de um congresso predatório? Já participou de um congresso que acabou sendo predatório? Compartilhe conosco os seus pensamentos nos comentários abaixo!

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