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Novas descobertas sobre o Zika vírus

O vírus Zika foi descoberto em 1947 em Uganda, mas só foi identificado em humanos em 1952. O primeiro grande surto da doença ocorreu em 2007 na ilha de Yap (Estados Federados da Micronésia). Até pouco tempo, ele não causava tanta preocupação, pois não representava risco aos indivíduos infectados. Entretanto, o grande número de recém-nascidos com microcefalia em 2015 somado aos relatos de gestantes sugeriram que a Dengue ou até mesmo a Chikungunya poderiam ser a causa da malformação, já que os sintomas .

Em maio de 2015, o Zika vírus foi identificado em amostras pela primeira vez, mas ainda não se podia afirmar que ele causava a microcefalia. Em fevereiro de 2016, pesquisadores eslovenos detectaram a presença do vírus em amostras do cérebro de um feto com microcefalia, ao passo que nenhum outro vírus foi encontrado. A paciente do estudo era eslovena e morava na região Nordeste do Brasil.

Dois meses depois, cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publicaram um estudo demonstrando que células-tronco que fazem parte do desenvolvimento cerebral humano podem ser infectadas pelo vírus quando cultivadas in vitro. A pesquisa mostrou que o Zika vírus reduz a viabilidade das células nervosas e que pode reduzir o crescimento dos mini cérebros.

Outro trabalho, baseado em experimentos com camundongos, mostrou que entre as diferentes linhagens de Zika vírus, somente a brasileira tem potencial para causar malformações no sistema nervoso central de embriões. Os resultados parecem explicar o fato de os casos de microcefalia terem ocorrido principalmente no Brasil.

Quanto ao efeito do vírus no desenvolvimento do sistema nervoso, acreditava-se que os riscos estivessem limitados a embriões no primeiro trimestre de gestação, mas dados recentes revelaram que grávidas que apresentaram os sintomas da doença até uma ou duas semanas antes do parto também tiveram bebês que apresentaram lesões cerebrais.

Com relação à transmissão, o vírus é disseminado principalmente por meio da picada de mosquitos do gênero Aedes (o mais comum é o Aedes Aegypti) infectados. Ele também pode ser transmitido por via sexual e mas há pesquisas investigando outras possibilidades de propagação.

Atualmente, diferentes tipos de diagnósticos foram desenvolvidos e há inúmeras instituições de pesquisa testando possibilidades de imunização. Apesar dos esforços, o anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS) comunicando o fim da emergência global do vírus Zika já causa a insegurança de pesquisadores desse tema. Em 2016, a organização conseguiu receber pouco mais de 20% do valor solicitado a doadores internacionais e o recente anúncio pode diminuir ainda mais o orçamento destinado a essas pesquisas.

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