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Porque aderir ao auto-arquivamento de pesquisa

As novas tecnologias trouxeram formas alternativas de disponibilizar trabalhos acadêmicos e estão revolucionando o modo como pesquisadores comunicam-se entre si. Além da adaptação de muitos periódicos também para o meio digital – chegando à eliminação da versão impressa por parte de alguns -, a tecnologia já provou que através da digitalização é possível diminuir drasticamente os custos de publicação (e até mesmo zerá-los), no caso dos periódicos de livre acesso.

Esta revolução digital acadêmica tem adquirido nos últimos tempos, novos contornos com as redes e ferramentas sociais, que aumentam a interação entre indivíduos. Graças a estas novas possibilidades muitos pesquisadores estão agora recorrendo ao auto-arquivamento em páginas pessoais para disponibilizar seus trabalhos mais rapidamente à comunidade científica, aumentando o número de contribuições recebidas (geralmente restritas a colegas próximos e pareceristas) e de citações de seus artigos.

Cuidados necessários

Embora a estratégia do auto-arquivamento seja bastante útil e adequada às novas tecnologias, são necessários alguns cuidados em relação aos direitos autorais dos artigos que foram ou serão publicados em periódicos ou anais de eventos. Você pode por exemplo disponibilizar na modalidade auto-arquivamento a primeira prova de um arquivo, deixá-lo aberto a comentários e depois modificá-lo e submetê-lo a um congresso ou periódico. Porém, se o artigo já está em processo de avaliação ou já foi aceito, convém aguardar pela versão oficial e depois utilizar uma rede social sua como outra forma de disseminar a publicação.

Nestes casos de trabalhos já publicados em periódicos ou anais de eventos, é preciso sempre verificar o acordo de direitos autorais firmado antes da associação do trabalho a estes editores. Em alguns casos, especialmente em relação a periódicos, você não pode receber de imediato da publicação o direito de auto-arquivar seu trabalho, e algumas editoras maiores podem inclusive ter uma política de arquivamento  mais restrita, não permitindo esta ação após a veiculação do trabalho em alguns de seus periódicos. Já alguns periódicos podem permitir que você utilize o auto-arquivamento desde que numa página pessoal, mas não em sites institucionais. Para evitar problemas referentes a direitos autorais, convém sempre verificar a política de arquivamento proposta pelo evento ou publicação antes de submeter trabalhos ou aderir ao auto-arquivamento do artigo em questão.

As vantagens do auto-arquivamento

As vantagens do auto-arquivamento são muitas:

Acessibilidade – O arquivamento de dados permite ao pesquisador disponibilizar as próprias pesquisas e dialogar diretamente com aqueles que tenham críticas ou outras contribuições a fazer sobre o trabalho antes que o mesmo seja publicado oficialmente. Aumentando o número de seus interlocutores, o pesquisador torna-se mais conhecido, bem como sua pesquisa, aumentando suas chances de ser citado e lembrado como especialista em sua área de conhecimento.

Viralização – Ao usar páginas pessoais para o arquivamento de dados dos próprios trabalhos os pesquisadores têm à sua disposição várias ferramentas digitais próprias para viralização de conteúdo digital. Além de criar um perfil acadêmico que pode estar ligado a várias redes sociais, é possível recorrer às técnicas de otimização de conteúdo (de forma amadora ou através dos serviços de um profissional especializado), permitindo que os trabalhos possam receber maior visibilidade em sites de busca.

Pressão aos meios tradicionais – A possibilidade de assumir as rédeas da publicitação de suas pesquisas de forma gratuita permite que pesquisadores pressionem as editoras tradicionais de periódicos a criar formas mais acessíveis de publicação, tanto em termos de preço quanto de tempo de disponibilização de conteúdo. Neste sentido, já se pensa em periódicos de livre acesso completamente isentos de taxas de publicação e com sistema coletivo de avaliação, liberando este polo do processo das mãos dos pareceristas.

Ainda que a publicação em periódicos tradicionais seja necessária ao reconhecimento da produção dos pesquisadores por parte da comunidade acadêmica, é visível que as novas tecnologias e as possibilidades que apresentam estão pressionando mudanças neste sistema. Mesmo que os críticos digam que é necessária cautela para promover mudanças drásticas no sistema de publicação atual, a tendência para o futuro parece ser a maior adesão a estas novas possibilidades. A prova disso são os periódicos de livre acesso que surgiram nos últimos anos criados por grandes editoras. Logo, a mudança pode ser gradual e não acompanhar a velocidade tecnológica, mas a seu passo ela está acontecendo.

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