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Como escrever uma crítica de livro

Muitos periódicos deixam reservados em suas chamadas para submissões um espaço destinado para crítica de livros e esta é uma boa oportunidade para quem deseja publicar. Críticas geralmente são bem-vindas nos periódicos e uma forma mais “fácil” de conseguir um texto publicado comparando-se a publicação de artigos científicos para avaliação. Logo, é uma possibilidade interessante para dar um “Upgrade” no currículo, fazer o próprio nome circular no meio acadêmico e contribuir para a divulgação de pesquisa em sua área.

Estruturando uma crítica

Para começar, escolha uma obra cujo tema esteja próximo de sua área de especialidade, uma vez que você terá que avaliar e resumir o livro com criticidade a partir do seu conhecimento e experiência. Conhecendo os pormenores da temática abordada você conseguirá fazer uma crítica bem embasada e que não se retenha apenas à obra em questão, mas seja capaz de contextualizá-la num panorama de pesquisa maior.

Geralmente críticas de livro se dividem em seis partes elementares: título e demais dados de autoria e publicação; um parágrafo resumindo e avaliando a tese defendida pelo autor na obra; um ou dois parágrafos resumindo os principais tópicos abordados pelo livro; um parágrafo resumindo os pontos principais do livro e outro resumindo os pontos baixos; e, por fim, um comentário síntese resumindo a avaliação da obra.

Um outro aspecto que pode ser incluso nestes tópicos de avaliação é a análise da ordem em que os conteúdos foram dispostos na obra, ou seja: se os critérios de organização do índice facilitam a imersão do leitor, se expõem logicamente a tese do autor ou se é algo que poderia ser melhor estruturado. Enfim, embora os itens sugeridos sejam os mais comumente citados e serem apresentados dentro deste esquema, o importante é que a crítica seja capaz de evidenciar que conteúdos são abordados na obra e a competência da argumentação, expondo brevemente a estrutura usada para isso.

O tom da crítica

O que constrói o tom da crítica ao longo do texto são os critérios que estão em jogo para identificar a maior ou menor relevância da obra em sua área de conhecimento. É importante considerar a relevância da pesquisa (se ela traz respostas a importantes questões em aberto na área), seu nível de ineditismo e como atualiza a bibliografia atual sobre o assunto. Outra forma de agregar valor à crítica é analisar a que público a obra se destina e qual diversidade de grupos (acadêmicos e não acadêmicos) poderá fazer proveito da obra.

Você pode ainda se aprofundar em pontos que o livro poderia ter abordado, mas não o fez, oferecendo possíveis hipóteses que justifiquem o recorte do autor. Conhecer mais sobre a obra deste também enriquece a crítica, visto que contextualiza o grau de especialidade do autor no tema e pode ajudar a embasar sua avaliação final sobre a obra – concluindo se o autor evoluiu em sua pesquisa sobre o tema, se aventurou-se em terrenos que não domina muito bem, se a obra representa uma mudança de estilo, etc.

Por fim, embora o nome “crítica” indique a obrigação de emitir um juízo de valor sobre a obra que está sendo revisada, isso não significa dizer quem faz a avaliação precise necessariamente ser ríspido em seus comentários, particularmente naqueles em que os pontos fracos do livro estão em questão. É importante ter em mente que uma crítica bem feita precisa apontar os pontos fortes e fracos da obra de forma impessoal, justificando tais juízos a partir de embasamento acadêmico. Além disso, o objetivo da crítica não é “detonar” ou “glorificar” o autor da obra em questão, mas sim contribuir para divulgação de conhecimento científico comentando o trabalho de outros colegas de profissão.

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