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Diferenças entre Tese e Dissertação

É de conhecimento corrente que tanto a dissertação quanto a tese são trabalhos apresentados na conclusão de ciclos acadêmicos, estando o primeiro associado ao mestrado e o segundo ao doutorado. Mas o que talvez não fique claro sejam as particularidades destes trabalhos, particularidades estas que são representativas do momento do percurso acadêmico no qual são apresentados. A diferença em relação ao que estes trabalhos representam na trajetória do pesquisador pode variar também de acordo à tradição acadêmica de cada país. Veja a seguir as principais diferenças entre tese e dissertação no contexto brasileiro.

Dissertação de Mestrado

O mestrado é considerado um estágio inicial da formação de um pesquisador. É nesta etapa que ele irá, de fato, internalizar as particularidades do fazer acadêmico, começar a circular no seu campo e a conhecer melhor seus pares, expandir o universo da sua pesquisa e produzir trabalhos que poderão servirão como fonte para outros pesquisadores. Ao final do ciclo do mestrado – que no Brasil possui duração máxima de 24 meses (excluindo-se possíveis períodos de tolerância) – o mestrando deve apresentar uma dissertação dando conta das questões que enunciou em seu projeto de pesquisa apresentado como requisito para iniciar a trajetória do mestrado. Esta contribuição deve ser relevante e apresentar, preferencialmente, algum grau de ineditismo; porém, dado o curto período do mestrado e entendendo-se que esta é uma etapa de iniciação do pesquisador no mundo acadêmico, trata-se também de uma contribuição pontual, e que, no caso daqueles que desejam dar continuidade à sua trajetória acadêmica, pode servir para preparar terreno para uma pesquisa mais complexa a ser desenvolvida no doutorado. No geral, dissertações são mais extensas que monografias de conclusão de curso e mais breves que teses de doutorado, com algo entre 100 e 150 páginas, mas as exigências variam de acordo ao programa de pós-graduação onde o curso é realizado.

Tese de Doutorado

Se o mestrado é uma etapa inicial, o doutorado é o período em que o pesquisador se aprofunda num tema de pesquisa e torna-se especialista no mesmo. Nesta fase as cobranças no que se refere à qualidade da produção acadêmica são muito maiores, em compensação, o tempo de duração do doutorado (no Brasil) é o dobro do mestrado, compreendendo 48 meses (excluindo-se possíveis períodos de tolerância). Ao final do percurso, o pesquisador deve apresentar uma contribuição relevante e com grau de ineditismo e complexidade maiores que aqueles da dissertação, sendo a originalidade um dos principais valores da tese. Para dar tal retorno, a tese obrigatoriamente deve aprofundar-se na pesquisa de um tema, saindo das superficialidades que são frequentes em dissertações dado às peculiaridades da duração e objetivos do mestrado. Logo, quando se comprara tese e dissertação, a diferença principal está no peso da contribuição de cada um dos trabalhos. Isso não significa, no entanto, que em termos de extensão a tese deva corresponder ao dobro de páginas da dissertação: as dimensões ficam a critério dos programas de pós-graduação, mas no geral as teses costumam exceder 200 páginas (algumas vão muito além disso), fato que ocorre por tratar-se de uma pesquisa longa e de maior complexidade. Tal complexidade também interfere na banca que irá avaliar a tese de doutorado, cujo número de participantes é maior que aquele de uma banca de mestrado.

Pode-se concluir que a oposição entre tese e dissertação de mestrado não passa por uma comparação qualitativa no sentido de definir qual trabalho é “melhor” ou “pior” que o outro, uma vez que eles apenas cumprem a mesma função (a de fechamento de um ciclo) em etapas diferentes da trajetória acadêmica do pesquisador. E dentro das exigências impostas à produção de cada trabalho, o objetivo de ambos é o mesmo: oferecer contribuições relevantes a suas respectivas áreas de pesquisa.

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