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As revistas científicas mais caras são mais influentes?

O preço da assinatura de revistas científicas continua a aumentar mais rapidamente do que os orçamentos das bibliotecas. Revistas publicadas por editores profissionais normalmente custam às bibliotecas cerca de três vezes mais do que as revistas produzidas por editores não profissionais. Como resultado, os orçamentos das bibliotecas chegam aos seus limites enquanto que os editores são capazes de extrair grandes lucros por parte da comunidade universitária. As publicações de acesso livre têm sido apontadas como uma potencial solução para esta crise. Entretanto, o que falar do prestígio inerente às revistas científicas famosas e de grande custo? O custo elevado é sinônimo de maior influência na comunidade científica?

Tal questão tem incomodado o meio acadêmico ultimamente. O ganhador do prêmio Nobel, Randy Schekman, sugeriu um boicote às grandes revistas científicas. Segundo ele, “os principais periódicos acadêmicos estão distorcendo o processo científico e representam uma ‘tirania’ que deve ser quebrada”. Schekman disse que a pressão para publicar em revistas de “luxo” encorajou os pesquisadores a pegar atalhos e buscar temas mais batidos, em vez de se concentrarem em pesquisas mais importantes. O problema se agravou, segundo ele, pelos editores, que não são cientistas da ativa, e que favorecem os estudos mais propensos a fazer sucesso.

“A comunidade científica tende a ter uma dependência excessiva em avaliar a pesquisa pela revista em que ela foi publicada, ou pelo fator de impacto do periódico.”, afirmou o ganhador do prêmio Nobel. “Em uma pesquisa realizada pela Nature Publishing Group, mais de 20.000 cientistas enumeraram os três fatores mais importantes na escolha um periódico, os quais foram: a reputação da revista, a relevância do conteúdo da revista para sua pesquisa e o fator de impacto da revista. Muitos de meus colegas têm expressado preocupação pela excessiva dependência dos cientistas com o fator de impacto”.

Entretanto, uma ferramenta interativa online criada recentemente parece querer demonstrar o contrário. Tal ferramenta, chamada de Custo e Eficácia de Periódicos de Acesso Livre (http://www.eigenfactor.org/openaccess/), procurou demonstrar que as revistas científicas que mais cobram não são necessariamente as mais influentes. Tal ferramenta demonstra que as taxas de uma revista não se correlacionam de forma particularmente forte com a sua influência, medida por um índice baseado em citações.

Peter Suber, diretor do Projeto de Acesso Livre de Harvard, saúda a ferramenta como uma forma de estimular a concorrência no mercado. Ele acrescenta, porém, que é cético sobre o uso de uma métrica baseada unicamente em citações para julgar prestígio. Por outro lado, Bo-Christer Björk, um pesquisador de acesso livre da Escola de Economia Hanken, diz que outros fatores também poderiam influenciar as decisões dos pesquisadores sobre onde publicar. Mas ele concorda que a ferramenta será útil.

Futuras melhorias planejadas para a ferramenta incluem incorporar também revistas científicas que são apenas parcialmente de acesso livre e revistas de acesso livre que não estão indexadas pela Thomson Reuters.

Tal ferramenta e as discussões atuais no meio acadêmico podem ser uma forma de quebrar os paradigmas atuais referentes à influência de revistas científicas e abrir uma nova era para as publicações científicas. O cientistas atualmente ainda correlacionam o alto custo de periódicos com sua influência no meio acadêmico, mas tal concepção parece estar prestes a mudar.

Melhor Relação Qualidade/Custo             Pior Relação Qualidade/CustoMelhor Relação Qualidade/ValorPior Relação Qualide/Valor

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências:
http://www.nature.com/news/price-doesn-t-always-buy-prestige-in-open-access-1.12259

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