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Pesquisa Teórica vs. Pesquisa Empírica

Além da distinção em grandes áreas e temas, as pesquisa podem ser classificados também em relação à metodologia aplicada. Neste contexto, costuma-se dividir os tipos de pesquisa em dois grandes grupos gerais: as teóricas e as empíricas. A oposição pesquisa teórica vs. pesquisa empírica pode ser comparada àquela entre teoria vs. prática (muita usada no senso comum), mas como veremos a seguir, esta relação é muito mais de complementaridade que de oposição.

Pesquisa Teórica

A pesquisa teórica, como o próprio nome já indica, consiste na discussão e comprovação da teoria, além de possíveis revisões de sua validade e alcance. A pesquisa teórica dispensa uma interferência imediata no plano da experiência, embora isso não queira dizer que ela esteja dissociada deste plano; ela apenas não prevê tal interação num primeiro momento, aquele da construção da teoria.  Embora haja áreas do conhecimento – como a Filosofia – em que a pesquisa teórica seja um método autossuficiente e dominante ou pesquisas nas mais diversas áreas que se propõem a ser exclusivamente teóricas, é comum encontrar a pesquisa teórica sendo realizada em complementaridade à empírica, que visa dar-lhe sustentação prática através da apresentação de estudos de caso concretos que demonstrem o alcance e eficácia da teoria. Já em outros casos, mesmo que a pesquisa teórica seja apresentada independente de casos de aplicação prática, ela visa esta aplicação para fins de comprovação, ou seja, ela se pretende como metodologia ou base teórica de pesquisas empíricas.

Pesquisa Empírica

A pesquisa empírica, também chamada de pesquisa de campo, pode ser entendida como aquela em que é necessária comprovação prática de algo, seja através de experimentos ou observação de determinado contexto para coleta de dados em campo. Na relação com a teoria a pesquisa empírica serve para ancorar e comprovar no plano da experiência aquilo apresentado conceitualmente, ou, em outros casos, a observação e experimentação empíricas oferecem dados para sistematizar a teoria. Embora algumas vezes ainda possa ser classificada como uma categoria “menor” de pesquisa (preconceito advindo de tempos mais remotos), por supostamente envolver menos “esforço intelectual” e mais “esforço braçal”, a pesquisa empírica é fundamental à comprovação da teoria e à sua validação, particularmente em determinadas áreas – como as Ciências Biológicas, Ciências Sociais Aplicadas ou a Arquitetura – em que a teoria trabalha muitas vezes a serviço da prática, e sem esta última perde até mesmo seu objetivo. Ao contrário da pesquisa teórica, no entanto, a pesquisa empírica não é autossuficiente, ou seja: não se sustenta dissociada absolutamente da teoria, fundamental à sistematização do conhecimento. Esta serve para dar fundamento aos experimentos realizados e dados observados ou colhidos em campo.

Quem escolhe o método?

Considerando-se que quem conduz a pesquisa é o pesquisador, seria lógico indicá-lo como resposta a esta pergunta, mas não é exatamente assim que as coisas ocorrem. A metodologia é na verdade determinada pelo recorte da pesquisa e seus objetivos, visto que um mesmo tema pode implicar em recortes diversos e que podem demandar tanto o método teórico quanto o empírico. Por isso, pode-se dizer que é a própria natureza da pesquisa que escolhe seu método. Pesquisas que objetivam discutir/analisar conceitos ou dar maior sustentação teórica a questões de ordem empírica (como a redefinição dos contornos do conceito de “interação” a partir das novas tecnologias, por exemplo) demandam um método teórico. Já pesquisas que desejam comprovar ou investigar dados ou fatos (como a eficácia de um novo medicamento em determinado grupo, por exemplo) demandam um método empírico. Tudo vai depender de onde se deseja chegar, mas, no geral, um método acaba complementando o outro, embora seja possível dizer que uma pesquisa “penda” mais para uma polaridade ou outra, sendo mais teórica ou mais prática.

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