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Otimize sua pesquisa científica com o crowdsourcing

Já pensou em terceirizar certas tarefas de uma pesquisa científica para um grande número de pessoas, inclusive não acadêmicos, e obter ótimos resultados com isso? É com essa promessa que o crowdsourcing – termo criado pela união das palavras inglesas crowd (multidão) e outsourcing (terceirização) -, está sendo adotado por alguns pesquisadores em todo o mundo.

Este tipo de ação colaborativa, permite que você, pesquisador, agregue pessoas e recursos financeiros ao seu projeto, e amplie o seu alcance de forma funcional, inovadora e relevante. E tudo isso com custo mínimo. Confira a seguir outros detalhes sobre o crowdsourcing e as suas vantagens para o mundo científico.

Crowdsourcing já conta com exemplos de sucesso

Apesar da proposta ter se tornando mais conhecida apenas nos últimos anos, o crowdsourcing não é uma ideia recente. Um dos seus exemplos mais famosos é a página da Wikipédia, a qual é escrita e editada por pessoas que nem sempre são academicamente qualificadas para tratar de temas variados. Ainda assim, os textos disponíveis na Wikipédia são considerados como fonte importante de informação, principalmente para esclarecimentos mais objetivos sobre o assunto de interesse.

O formato irmão do crowdsourcing é o crowdfunding, que tem viabilizado diversas pesquisas científicas por meio da arrecadação de doações individuais. Utilizando essa estratégia colaborativa, um pesquisador em busca de recursos pode colocar sua ideia em prática e deixar de depender unicamente dos financiamentos disponibilizados por grandes instituições, como CAPES e CNPq.

Um caso recente de crowdfunding aconteceu na UFRJ, no qual a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, lançou uma campanha para alcançar a meta de R$ 100.000 visando a manutenção do Laboratório de Neuroanatomia Comparada.

Vantagens do crowdsourcing para a sua pesquisa científica

Você já deve ter percebido que pode ser difícil encontrar colaboradores com conhecimento muito específico e principalmente disponível quando você precisa. Isso porque, entre outros fatores, especialistas de destaque acadêmico costumam estar ocupados com os seus próprios projetos de pesquisa.

Por conta disso, se você acredita que o envolvimento de outros profissionais ou até mesmo leigos pode trazer contribuições positivas para a sua pesquisa, o crowdsourcing é uma opção a ser considerada. E este tipo de pedido de apoio generalizado oferece diversas vantagens, tais como:

  • Novas sugestões e diferentes percepções, sobre os quais você talvez não tivesse pensado sozinho;
  • Apoio da comunidade local, a qual passa a se sentir como parte integrante do seu projeto de pesquisa, e a valorizar os benefícios que este trará para a sociedade;
  • Ampliação da visibilidade da sua pesquisa por meio da divulgação da mesma antes, durante e após a atração de colaboradores.

Pesquisador usa videogames como fonte de pesquisa

Exemplos recentes do uso prático do crowdsourcing podem ser encontrados em diversos ramos, tanto no de negócios quanto em áreas científicas. Casey O’Donnell, professor assistente de Telecomunicações, Informação e Mídia da Universidade do Estado de Michigan, por exemplo, tem buscado uma forma de aliar ciência a jogos de videogame.

De olho nesse objetivo, O’Donnell vem desenvolvendo uma pesquisa juntamente com a comunidades de jogadores de videogames que visa resolver problemas de bioquímica e física molecular por meio de jogos. Para isso, graças ao conhecimento combinado de cientistas, pesquisadores e gamers, O’Donnell está transformando problemas de pesquisa em jogos desafiadores.

Diferentes percepções: escolha a sua

Os críticos que ainda não se convenceram sobre o potencial do crowdsourcing argumentam que a sua proposta é considerada apenas como uma simples coleta de dados, ou seja, não muito diferente de pesquisas feitas em papel e caneta que foram substituídas por ferramentas online, como Survey Monkey, mas no final, a função básica permanece a mesma.

Por outro lado, os defensores argumentam que uma maior participação de leigos poderá servir para promover o uso da língua vernácula e torna-la menos incompreensível, tanto na concepção de pesquisa e publicação, e que a participação direta na pesquisa é muito mais integrada para o estudo e, a partir da perspectiva dos participantes, muito mais divertida.

O ato de voluntariar-se para um estudo por dinheiro, ou pelo menos para reembolso das despesas, atrai pouco interesse considerando uma população em geral, ao menos que estes precisem do dinheiro ou tenha uma conexão pessoal com o objeto a ser estudado. O estudo de O’Donnell envolve jogadores que jogam os seus jogos online em seu próprio tempo livre. Por que eles não poderiam ser atraídos para a vantagem adicional de resolver um problema de pesquisa, ao mesmo tempo em que jogam? Além disso, se estendermos este conceito a um passo adiante, e se as instituições pudessem cobrar dos participantes que desejam jogar como uma forma de financiar a pesquisa?

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