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Como transmitir suas ideias usando repetição de variação

A repetição muitas vezes é considerada uma estratégia monótona para enfatizar um argumento ou um conjunto de ideias, mas em textos extensos e complexos como os de estilo acadêmico ela pode ser uma grande aliada, desde que bem usada. O importante é ter em mente que existe uma diferença entre repetir uma ideia para enfatizá-la e esclarecê-la e repeti-la de forma enfadonha a ponto de fazer com que o leitor perca o foco. A diferença entre estes dois efeitos opostos – um desejável e outro abominável – é a variação.

Num texto acadêmico o pesquisador não pode correr o risco de não ser compreendido por falta de clareza, por isso as ideias principais do texto devem ficar claras e ser enfatizadas em momentos distintos. Isso não quer dizer, no entanto, que seja necessário repetir a ideia principal da sua argumentação sempre com as mesmas palavras ou sempre chegando às mesmas conclusões. A sua ideia principal certamente implica em vários subargumentos e pode ser utilizada sempre que você for introduzir um deles. Além disso, há momentos chave do texto em que esta ideia central deve ser introduzida de algum modo, como o título, resumo, introdução e conclusão, além de partes importantes do desenvolvimento de sua argumentação. A variação deve ser utilizada explorando diferentes palavras e extensões de texto para repetir de formas diferentes sua ideia principal e deixá-la viva e clara para seu leitor.

Como variar

Como dito anteriormente, partes diferentes do texto exigirão formas diferentes de apresentar a ideia principal de sua argumentação. O título, por exemplo, deve permitir ao leitor entender sobre o que trata o texto, sendo o “coração” da ideia principal do mesmo (o “coração” desta ideia deve ser resumido explorando as palavras-chaves do texto). Já no resumo você deve apresentar de forma sucinta de que pressupostos parte, o que pretende demonstrar e como pretende fazer isso. Na conclusão você deve retomar esta ideia principal para arrematá-la às conclusões que chegou, lembrando ao leitor o que pretendia expor e como chegou àqueles resultados.

O exercício mais complexo de variação, no entanto, fica por conta do desenvolvimento do texto. Neste aspecto, uma boa dica para enfatizar seu argumento, variando sua apresentação para não se tornar repetitivo, é expô-lo em sua extensão na introdução do texto e nos intertítulos abordá-lo a partir do ponto de vista mais explorado em cada subseção. Isso ajuda também a amarrar o texto como um todo, construindo um panorama complexo, porém bem amarrado e que se desenrola gradualmente para o leitor, facilitando a imersão nas ideias apresentadas.

Recursos de variação

Mas afinal, como exercitar a variação? Além de apresentar a mesma ideia com palavras diferentes,explorando diferentes extensões de texto e usando-a como gancho para subargumentações distintas, há outros recursos que podem ser empregados. Você pode exercitar a variação apresentando sua ideia através da fala de outros autores, explorando citações diretas ou indiretas que reforcem seu argumento. Outra forma de dinamizar seu texto é com a utilização de exemplos que ajudem a sustentar sua argumentação.

Ao final na escrita de cada bloco de texto, releia-o como uma estrutura independente e verifique se nele fica clara qual é a ideia principal do texto e se o intertítulo em questão possui coerência isoladamente. Ao concluir a escrita do artigo, releia-o agora para verificar se suas partes compõem um todo coeso capaz de apresentar suas ideias de forma coerente e gradual ao seu leitor, sem parecer repetitivo demais ou lacunar em determinados pontos. O equilíbrio ideal é alcançado quando o texto consegue deixar claro as ideias que se propõe a apresentar sem lacunas que comprometam a compreensão ou sem entediar o leitor por excesso de didatismo.

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